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A honestidade do olhar

Duas taças de vinho para cada. A conta certa de uma garrafa.

Olhares fingidos que forçam naturalidade, vulgaridade escondida em uma conversa despretenciosa e sensualidade escondida em um vestido de seda. Não havia nada natural ali, exceto a verdade dos olhares.

Mas quem pode esconder a honestidade exposta nos olhares? Quem tem o direito de impedir que a verdade salte incontrolável pelo olhar de uma pessoa apaixonada? Não acho que alguém consiga, ou mesmo que este alguém tenha o direito de fazê-lo.

Todos mentem na cena: as taças, os gestos, o vestido e até mesmo o tom forçado da voz. Mas nunca o olhar, porque os olhos não mentem. Olhares são os últimos honestos em um mundo de fingidos.

Fabricio