As pessoas e os caminhos da vida são como uma grande rede de estradas e de viajantes que por elas circulam.
Somos estes viajantes, indo a lugares diferentes em direções diferentes e com motivos e expectativas diferentes.
Alguns viajam querendo chegar, outros viajam querendo deixar coisas para trás. Há pessoas que viajam devagar, apreciando a paisagem e outras que caminham de forma mais apressada, de olho no futuro. Há até os que param em lugares e ali ficam, deixando a viagem para segundo plano e estabelecendo para si mesmos que a viagem não é mais necessária. Há aqueles que se preocupam com a própria estrada, que cuidam dela… e há os que deixam a estrada suja por onde passam.
Há os viajantes que acabam dando início a um novo caminho quando se encontram, e juntos tomam uma nova estrada juntos para sempre. Há aqueles que abandonam seu caminho e passam a seguir a estrada de outro viajante – abrindo mão da sua. Há os que caminham juntos por um período apenas enquanto as estradas convergem, mas depois acabam seguindo separados.
O tempo todo estamos nestas estradas. Parados, caminhando ou correndo. Estamos nestas vias da vida – todos ao mesmo tempo.
Cruzamos com outros viajantes o tempo todo, trocamos e compartilhamos experiências que podemos chamar metaforicamente de pacotes. Alguns destes viajantes nos dão pacotes maravilhosos, leves e engrandecedores, outros viajantes nos dão pacotes pesados – que muitas vezes insistimos em carregar conosco. Assim também trocamos pacotes com cada viajante que encontramos pelo caminho. Pacotes de todos os tamanhos, deliciosos como uma caixa de chocolates ou desagradáveis como um saco de lixo, mas sempre trocamos a cada encontro.
Entregamos e recebemos pacotes a cada encontro e isso acontece queiramos ou não. A troca sempre acontece: levamos de cada encontro um pacote e deixamos também os nossos pacotes com outros viajantes.
Somos agentes diretos do nosso destino, porque cabe a nós a decisão de quais pacotes descartamos e quais levamos conosco em nossa viagem.
Nesta viagem não há destino certo, nem pacotes certos. Há apenas o caminho e a busca pessoal de cada um, que sabe – ou deveria ser capaz de saber – o que é melhor e o que faz bem para si mesmo.
E nesta dinâmica está a beleza e a complexidade dos relacionamentos. Nesta maravilhosa viagem e em sua troca de pacotes está nosso aprendizado e crescimento. Choro, alegria, amores e dissabores – tudo em uma única e maravilhosa jornada que chamamos de “vida”.
Fabricio